A tirania do curto prazo: um vício das democracias modernas
De quatro em quatro anos somos mimados por aqueles que nos deveriam representar com as mais doces e cândidas palavras. Nem um adolescente coberto de acne conseguiria declarar tanto amor para levar o seu desejo avante. Aos voluntariosos governantes que nos apascentam, é a vontade de poder que os transforma no mais enfático dos padrinhos, jorrando promessas a eito e garantias a rodos.
Na República, Platão propõe uma classificação dos regimes políticos em cinco formas: aristocracia, timocracia, oligarquia, democracia e, por fim, tirania. A democracia, neste esquema, surge como uma degenerescência, um sistema em que a liberdade é levada ao extremo, tornando-se desordenada e geradora de caos.
Na visão platónica, a democracia gera o seu próprio colapso ao permitir que todas as opiniões tenham o mesmo valor, mesmo quando são fruto da ignorância ou da paixão. A ausência de uma hierarquia do saber, do mérito e da virtude conduz, segundo o filósofo, ao triunfo do relativismo absoluto, onde todas as escolhas são válidas e nenhuma é melhor do que outra. Este cenário conduz a uma crise de autoridade e a uma degradação da ordem pública.
Ora esta anarquia emocional e política abre o caminho à tirania. O povo, cansado da desordem, desejará um salvador, um homem forte que imponha ordem, mesmo que isso signifique abdicar da liberdade. Assim, a democracia contém em si o germe da sua destruição, conduzindo inevitavelmente à tirania.
Se aplicarmos esta leitura ao presente, encontramos paralelismos inquietantes. Este........





















Toi Staff
Gideon Levy
Sabine Sterk
Penny S. Tee
Mark Travers Ph.d
Gilles Touboul
John Nosta
Daniel Orenstein