Carta Aberta a Montenegro a respeito de incêndios
Exmo Sr. Primeiro Ministro, Dr. Luís Montenegro
Dirijo-me a si no trágico aniversário de Pedrógão, não só por saber que partilha – quem não? – do desejo do Sr. Presidente da República (no discurso do passado dia 10) “que tragédias como as de 2017 nunca mais”, mas também por ter consciência que, e ao contrário do que na altura desajeitadamente o mesmo PR chamou imprevisível, tais tragédias continuam a ter tudo para previsivelmente se repetirem.
Ouvi as suas palavras em Mação e, não me leve a mal, padecem de equívocos comuns nesta temática. Se “o último ano foi um bom ano”? Sim, claro. Mas daí a ser fruto do “caminho percorrido nos últimos anos [que] foi positivo” vai uma grande distância: quando um tipo salta do cimo de um prédio e passa em queda livre pelo 5° andar, também pode dizer que está tudo a correr bem, o mal é quando chega ao chão… Previsivelmente estes anos após 2017 e a maior limpeza de mato das últimas décadas – 500 mil hectares “limpos” pelo fogo – seriam anos calmos nesta matéria, como estão a ser. O mal chegará mais à frente.
O Sr. Primeiro Ministro falou de Mação, terra fustigada pelo fogo que tudo queimou em 2017 e o que restava em 2019. Não obstante, se procurar notícias de anos anteriores aperceber-se-ia que muito foi gabado e até premiado o trabalho feito por........
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