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Tempo de mais políticas e menos táticas

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19.03.2024

Imagine que a praia fluvial do Tejo onde costumava ir ao fim da tarde ou no Verão está invadida por mariscadores e que à saída, alguns, se despem à frente de todos e onde também se assistem, por vezes, a rixas, sem que a polícia ou quem quer que seja manifeste intenção de resolver o problema. Imagine que a praceta da pequena vila onde vive lhe transmite insegurança porque não entende aquelas novas pessoas que por lá aparecem. Imagine ainda que precisa de uma casa e na sua terra ou bairro sabe que vão sendo alugadas a estrangeiros endinheirados, que quase nunca cá estão, ou estão sobrelotadas com imigrantes que vieram em busca de uma vida melhor. Imagine que é um jovem, que se licenciou, que já está quase com 30 anos e continua a ganhar menos de mil euros, salário que apesar de tudo não é mau porque em casa vê que o pai ou a mãe, com uma vida de trabalho, ganham pouco mais. E podíamos continuar na Saúde, na Educação, na Justiça. Tudo isto ao mesmo tempo que à noite ouve declarações políticas sobre um país maravilhoso onde vive, alguém, que não certamente o seu caso.

O retrato que se acabou de fazer pode parecer ficção para quem vive protegido no centro das grandes cidades. Mas basta que saiam um pouco para o resto do país para perceberem que não é assim. E foi exatamente isso que refletiu o resultado eleitoral, portugueses fartos de não serem ouvidos, fartos de não verem quem os lidera preocupado em resolver problemas concretos do seu quotidiano, suspeitando até que os desconhecem, tal é a abordagem abstrata que fazem do estado do........

© Observador


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