O regresso do Banco de Portugal
As relações entre o governador do Banco de Portugal e o ministro das Finanças nem sempre foram pacíficas, ao longo da nossa história económica em democracia. O caso mais dramático foi o da demissão do vice-governador António Borges, liderava o banco Miguel Beleza, quando o então ministro das Finanças Jorge Braga de Macedo resolveu criticar a estratégia na altura conhecida como de “escudo forte” que impunha juros elevados.
Mais recentemente, o governador do Banco de Portugal Carlos Costa não teve uma tarefa fácil durante o tempo em que, o agora seu sucessor, Mário Centeno foi ministro das Finanças. E as relações entre Governo e ex-governador atingiram um patamar inédito com o ex-primeiro-ministro António Costa, por causa do livro “O Governador” de Luís Rosa, que culminou com ameaças mútuas de processos judiciais.
Vivemos depois um tempo de paz absoluta já com Mário Centeno na Rua do Comércio e enquanto João Leão ocupava o gabinete da Praça do Comércio para depois, com Fernando Medina nas Finanças assistirmos a pequenas picardias para entendidos. Como no dia em que Mário Centeno se antecipa e, logo pela manhã, anuncia que a dívida pública em 2023 tinha ficado abaixo dos 100% do PIB. O que acabou por obrigar Fernando Medina a dar uma conferência de imprensa, ou veria este sucesso a aparecer com a imagem de Centeno.
Com um novo Governo de cor política diferente da do governador, a rua do Comércio e a Praça do Comércio voltam a estar animadas por debates, intermediados pelas notícias. É certo que quem começou foi o ministro das Finanças, através do que disse sobre as contas do Banco de Portugal, o que naturalmente se podia entender como sendo uma mensagem dirigida ao governador. Mas também sobre o que Joaquim Miranda Sarmento e até o primeiro-ministro têm afirmado sobre as contas públicas.
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