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O murro na mesa eleitoral

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12.03.2024

O resultado eleitoral é o retrato da herança de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. E é também o reflexo de se terem ignorado os problemas que foram sendo expostos pelo Chega, quer pelo PS como pelos outros partidos e também pela comunicação social (da qual não me coloco de fora). Não perceberam que quanto pior tratavam o Chega, mais reforçavam a convicção dessas pessoas de que estavam em conluio na defesa dos seus interesses e não a pensar no país. Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro começaram demasiado tarde a falar para portugueses que foram tratados, através de André Ventura, como mentecaptos, racistas, xenófobos e fascistas.

O resultado até podia ter sido o mesmo, levando em conta quem argumenta que estamos perante uma tendência do mundo ocidental, inaugurada com Donald Trump, e também quem considera que este era um resultado previsível, quando se convoca eleições depois de quase dois anos de um Governo com sucessivas demissões, que culmina com a saída do primeiro-ministro na sequência de mais de 75 mil euros encontrados nas estantes do seu chefe de gabinete. Tudo isto pode ser verdade, mas antes de tudo isso, aquilo que alguns socialistas fizeram, com especial relevo para o ex-presidente da Assembleia da República, foi dar protagonismo ao Chega. De tal maneira que, considerando que alguns deles até são bastante inteligentes, temos todas as razões para admitir que esperavam, com essa táctica, perpetuar o PS no poder e afastar o PSD.

É muito difícil entender em que país vivem alguns dos protagonistas políticos que os impediu de perceber que André Ventura falava, e fala, com o seu registo de apelo às emoções, dos problemas que........

© Observador


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