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Os homens de quarenta anos

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08.07.2024

O que é que querem da vida? Quem é que vêem junto de si? Como é que imaginam lá chegar? Com quem é que pensam consegui-lo?

Será crise de meia idade querer-se ser jovem para sempre? E, se for, é mau que seja assim?

“Que sentido é que tem a minha vida?!…” É deste modo que ninguém começa. Reconhecem, antes, que procuram equilíbrio. Que entre compromissos, filhos e trabalho sentem que há agendas para tudo menos para si mesmos. Que, se não tivessem filhos, seriam, seguramente, nómadas digitais. Que aspiram a viagens, longas e solitárias, que lhes tragam o reencontro consigo mesmos e a paz que não têm. Que esgravatam, sem critério, em livros de autoajuda, em retiros ou em seminários, com os gurus internacionais do momento, à procura de soluções óbvias, fáceis e inspiradoras para mudarem quase tudo sem que mexam em quase nada. Que planeiam uma peregrinação, um novo desporto, uma maratona ou um desafio inovador para encontrarem as provas de superação de que são capazes. Ou que fantasiam, um dia, largar tudo e abrir um bar de praia, algures, nas Caraíbas. No final, se bem que nunca comecem por aí, perguntam-se, nas entrelinhas: “que sentido tem a minha vida?!…”. Que é uma forma de reconhecerem que não se reconhecem nela. Que não vislumbram nela a sua cara. Que não mandam nela. Que........

© Observador


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