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Animais de palavra

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14.07.2024

Ao mesmo tempo que achamos que as crianças sofrem de défices de atenção, por mais que nada do que se passa à sua volta as iluda ou lhes escape, imaginamos, vezes demais, que os adolescentes vivem repartidos por tantas coisas ao mesmo tempo que não andam senão alheados de quase tudo o que se passa à sua volta. Tão alheados que não podem senão deixar de ser manipuláveis. Ou de estar à mercê das “más influências”.

Contando só com o que se passa no digital, é verdade que os adolescentes estão expostos, desde muito cedo, a conteúdos de redes sociais que não deviam estar ao seu alcance. É verdade que, nessas circunstâncias, as redes sociais são um atentado à sua saúde mental. E é verdade que lidamos como eles como se, para efeito de redes sociais eles, aos 12 ou aos 13, fossem maiores. E se regulassem sozinhos. Sem precisarem dos pais para isso.

No entanto, talvez não estejam tão alheados assim. Foram os adolescentes que nos recordaram que não há um planeta B. São os adolescentes quem mais nos educa para a paridade de sexos. Ou para o respeito com as minorias. Apesar de, aos nossos olhos, eles serem “só” adolescentes.

Mas serão eles “só” adolescentes, se usam de forma expedita a palavra? Afinal, eles vivem num mundo onde as mães, sobretudo elas, começaram uma revolução de veludo (inacreditável e silenciosa) quando, independentemente da sua formação e da sua condição social, passaram a contar, desde muito cedo, histórias aos seus filhos, antes deles adormecerem. E as editoras, duma forma hábil, trouxeram hábitos de leitura até às crianças de 7 e de 8 anos, reabilitando, num formato........

© Observador


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