Enquanto um europeu perde dinheiro ao deixar as suas poupanças no banco, um brasileiro pode ganhar 15% ao ano sem sair de casa. Bem-vindo ao Brasil, o paraíso mundial dos rentistas — a nação daqueles que vivem de juros.

Esta cultura, que define decisões de investimento, consumo e política, é alimentada por um pilar central: a Taxa Selic, a taxa de juro básica. Em sua última reunião, o Comité de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano, segundo dados oficiais do Banco Central do Brasil (BCB).

Não se trata de um pico momentâneo. Com exceção de um breve período atípico durante a pandemia, esta tem sido a realidade estrutural do país há décadas, cimentando uma mentalidade onde o capital especulativo supera o produtivo.

Este valor nominal já é astronómico. Mas o dado mais relevante é o juro real (a taxa nominal descontada da inflação prevista). De acordo com um relatório da MoneYou e Lev Intelligence, publicado pela revista ISTOÉ DINHEIRO em novembro de 2025, o Brasil ostenta a segunda maior taxa de juro real do mundo, com 9,74%........

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