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Um Monstro em Bissau

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19.11.2025

Quando uma explosão acidentada em Paris fez nascer uma estranha criatura, os habitantes apavorados estavam longe de imaginar que esse “monstro” era um ser humilde, dócil e dotado de um talento artístico que deixou o público em êxtase num cabaret da cidade: o seu pezinho de dança parecia desafiar o dedilhar da guitarra.

Caro(a) leitor(a), não se deixe entusiasmar muito. O Monstro de Paris é um personagem ficcionado do filme francês Un Monstre à Paris. No entanto, vou falar-lhe de um monstro real, de carne e osso, o Monstro de Bissau, Umaro Sissoco Embaló (Sissoco).

Por ter sido um aluno cabuloso, um ser sem exemplaridade moral e ética, sempre se sentiu desprezado. Ganhou o cognome de “dubriadu” (desenrascado), o que, para um nulo, constituía a sua maior força, o seu maior talento. Assim, não foi pelo currículo que foi nomeado primeiro-ministro, contra a vontade popular expressa nas urnas, a fim de conhecer os cantos à casa do poder. Na corrida para a presidência da República, não é difícil imaginar a euforia dos militantes e simpatizantes do PAIGC quando viram o seu nome aparecer como segundo candidato mais votado na primeira volta. Era o adversário ideal para a segunda volta, que não passaria de uma passeata dominical que, afinal, se transformou no seu maior pesadelo. O Monstro de Bissau lograra congregar à sua volta todos os outros candidatos do top 5, numa coligação apelidada (e bem) de negativa, para uma vitória ainda hoje indigesta para muitos.

Ainda durante o seu tempo na chefia do governo e no calor da disputa eleitoral, o lobo seguia disfarçado em pele de cordeiro. Contudo, a farsa estava cada vez mais mal costurada, com rasgões e buracos discretos, visíveis a quem ousasse olhar além da aparência, para enxergar traços da verdadeira natureza por detrás da encenação. Uns queixumes religiosos e tribais para se sentir amado, porque um ego desmedido requer amparo. Umas ameaças a quem lhe fazia frente, para afirmar a autoridade que não possui.

Assim que tomou posse como presidente, à margem das leis da República, Sissoco decidiu livrar-se do disfarce e assumir o seu verdadeiro carácter: um monstro narcisista obsessivo, sádico, fora-da-lei, parasita, mentiroso compulsivo, complexado, alimentado por prepotência e ilusões de grandeza.

Movido pelo seu complexo de inferioridade, começou por desvalorizar a nossa história colectiva de que muito nos orgulhamos, rebaixando a figura do pai fundador Amílcar Lopes Cabral, tentando sem sucesso ressuscitar personagens de má memória para os guineenses. E como se não bastasse, num gesto para agradar às chefias militares, o seu braço armado, Sissoco, decidiu mudar a data da celebração da nossa independência de 24 de setembro para o dia 16 de novembro, justificando que foram os militares que deram a independência à Guiné-Bissau. O que fazer de um eterno ignorante?!

Não percebendo patavina do que é a República, apoiado pela chefia castrense, decidiu assumir-se como um fora-da-lei, desobedecendo acórdãos judiciais. Mandou a sua milícia correr com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, desmantelou, à coronhada, o parlamento, infiltrou e implodiu o PRS e o MADEM-G15, a terceira e segunda maior força política do país, respectivamente, para consolidar o poder absoluto de terror na terra de Cabral.

O Monstro de Bissau diz-se muçulmano, mas, na verdade, não passa de um satanás que utiliza a religião para os seus fins políticos: almejar votos. As suas práticas estão nas antípodas do perfil de um pregador de Alá, e garantem-lhe um cartão Gold para, na sua viagem última, poder frequentar os clubes VIP do inferno.

O Monstro de Bissau instalou uma organização de tráfico de droga em escala industrial, com laisser-passer para aviões transportando cocaína aterrarem no aeroporto internacional do país em plena........

© Observador