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Acordo de Paris e a visão errada

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30.11.2025

O Acordo de Paris nasceu como a grande esperança da comunidade internacional para travar o aquecimento global, sucedendo ao Protocolo de Quioto e criando um compromisso universal para manter a temperatura média abaixo de 1,5 graus. No entanto, quase uma década depois, as conferências anuais das partes continuam a produzir resoluções tímidas, metas adiadas e uma distância crescente entre aquilo que se promete e aquilo que efetivamente se concretiza. O problema não reside apenas na falta de ambição política. O problema está na própria visão estratégica que sustenta o Acordo de Paris e que o tem tornado incapaz de produzir resultados. Dois erros estruturantes explicam este bloqueio.

Erro estratégico, o inimigo foi mal escolhido

O primeiro erro foi transformar os combustíveis fósseis no inimigo principal da ação climática em vez de centrar o combate onde sempre deveria ter estado, as emissões em si. Esta escolha criou uma batalha estéril entre tecnologias energéticas, colocou países e indústrias na defensiva e alimentou um clima de bloqueio permanente nas negociações.

Ao declarar politicamente que petróleo, gás e carvão devem ser eliminados, o Acordo de Paris gerou a reação natural de setores que continuam a ser responsáveis por grande parte do fornecimento energético mundial. Não se trata de defender combustíveis fósseis, trata-se de compreender que quando se condena um setor inteiro, esse setor........

© Observador