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O Natal despido: entre a hipocrisia do presépio e o silêncio

2 19
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Há qualquer coisa de profundamente paradoxal — quase tragicómica — no Natal que hoje celebramos. Uma quadra que se anuncia como festa do nascimento do Menino Jesus, mas que parece cada vez mais empenhada em disfarçar, quando não ocultar, a sua própria razão de ser. Celebramos, sim, mas de fininho; sorrimos, mas sem símbolos; partilhamos, mas sem referências. É o Natal possível numa sociedade que teme mais o desconforto alheio do que a perda da sua própria identidade.

A hipocrisia instala-se logo à entrada. Dizemos que o Natal já não é religioso, que é apenas um momento de união, família e paz. Contudo, curiosamente, continuamos a marcar o calendário, a trocar presentes, a reunir-nos à mesa e a desejar “Feliz Natal” — até aqueles que durante o resto do ano não nos dirigem palavra. O milagre acontece: o chefe torna-se........

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