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Somos os miúdos mimados do planeta

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14.12.2025

Dezembro transformou-se num mês de urgências artificiais. Quem passear pelos centros comerciais das grandes cidades portuguesas nos próximos dias, encontrará um cenário de aflição coletiva. Não é a aflição da sobrevivência, mas a aflição da performance. Vê-se nos rostos a tensão de quem tem de cumprir um guião: a prenda perfeita, a mesa farta, a decoração imaculada.

Há uma vertigem nas compras que deixou de ser celebração para passar a ser obrigação. E é aqui que reside a crítica necessária: não ao ato de oferecer, que é nobre, mas à desproporção do nosso drama.

Vivemos numa bolha de privilégio tão hermética que conseguimos transformar a abundância num problema. Queixamo-nos das filas, da ruptura de stock do brinquedo da moda, do atraso das transportadoras. Elevamos estes........

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