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Grilo, que também era gente

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Ainda chocado com o triste episódio do jovem morto pela leoa no zoológico na Paraíba, fico tentando entender o que se passa no fundo de uma mente assim tão desorientada. O pobre rapaz era esquizofrênico, assim como a mãe e a avó – a herança genética, infelizmente, prevaleceu. E logo lembrei-me do Grilo, um cara de minha idade, cujo apelido provinha de seu jeito de andar: saltava linhas na calçada, jamais pisava numa folha seca, dormia com os pés voltados para a cabeceira e outras excentricidades.

Diziam que Grilo era doido. Porém, a gente sabia que Grilo, além das manias que não faziam mal a ninguém, era um ser envolto pelo universo fascinante do cinema. Arriscaria a dizer que ele vivia dentro das telas. Frequentava as matinês do colégio dos padres acompanhando as aventuras de Roy Rogers, Tarzan, O Santo e Lanceiros de Bengala enquanto devorava dropes Dulcora com volúpia assustadora.........

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