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Os EUA e as armas – um oceano de diferenças

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25.07.2024

“Não deixa de ser uma ironia, uma ironia trágica, uma ironia muito trágica, que o ex-presidente dos Estados Unidos, que tem sido sempre um grande defensor da liberalização das armas, estivesse a centímetros de morrer através de um tiro de uma arma dessas que está nas mãos, neste caso, de um jovem de 20 anos. Isto devia fazer-nos refletir [sobre] qual é o sentido de se permitir que haja armas, espingardas, espingardas automáticas, livremente, na população”.

Durão Barroso

Compreender os Estados Unidos é aparentemente uma coisa fácil. Pensamos numa Democracia Liberal que faz parte da OTAN e imediatamente julgamos que os americanos, na essência da sua Democracia, são iguais a nós, pois tantos dos seus ideais são semelhantes aos nossos, se não exatamente os mesmos. Efetivamente, os ideais da Revolução Americana são homónimos aos da Revolução Francesa, talvez exceto o da Fraternidade. Mas, embora os ideais tenham os mesmos nomes, tiveram e têm práticas radicalmente diferentes, que marcam uma cultura que acaba por se tornar quase incompreensível de um lado para o outro do Atlântico.

Este aspeto é semelhante ao dos países Comunistas que se apelidavam e apelidam Repúblicas Democráticas, como a China, por exemplo, como tantos outros: não é simplesmente por hipocrisia ou para gerar confusão; há realmente uma teoria da Democracia que estes países adotaram e que justifica a sua forma ditatorial e totalitária, embora altamente criticável.

O contraste principal com a Europa reside em percepções diferentes sobre a palavra Liberdade. Os Founding Fathers (os redatores da Constituição e da Declaração da Independência) viam a Liberdade, como hoje se define em Filosofia Política, como Liberdade Negativa, o que contrasta radicalmente a Liberdade........

© Jornal SOL


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