Centros Clínicos Universitários, um ponto de partida para a Reforma da Saúde?
O país parece ter-se já habituado à normalidade dos casos na saúde: são as urgências, o acesso, o despesismo – desperdício e até as fraudes, fazendo parte de uma triste coreografia que nos distrai e atordoa sobre a necessidade de uma verdadeira reforma para a saúde dos portugueses. Mas enquanto os problemas da saúde nos são noticiados, até com empolamento excessivo, poderemos estar a ignorar uma crise silenciosa, não menos grave, que o futuro nos antecipa: a crise na educação médica e o declínio da medicina académica.
A formação dos médicos é maioritariamente assegurada por faculdades de medicina públicas e a especialização médica é garantida, fundamentalmente, nos serviços do SNS, com o setor privado a contribuir para ambas com uma cota crescente, contudo ainda reduzida.
Preocupa-me a falta crescente de vocações e de candidatos em determinadas especialidades, a deixar desertas, só este ano, meio milhar de vagas para formação! As motivações desviantes são a oferta do trabalho por tarefas, a emigração e a escolha demasiado precoce pela medicina privada. Todas estas vão afastando os médicos das suas escolhas tradicionais, aquelas que nos permitiriam ao longo dos anos formar gerações de especialistas competentes. Por outro lado, a escassez de médicos formadores seniores, estes trabalhando no SNS cada vez mais em regime de part-time e assoberbados pelas pressões avassaladoras de produção clínica, vai criando uma crescente indisponibilidade para ensinarem e transmitirem experiência. Finalmente, a formação pós-graduada não dispensa o ambiente de uma certa academia clínica, ambiente formativo que hoje vai rareando no SNS, condicionado que está pela sua arrastada crise........





















Toi Staff
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