Síria, que destino?
Tenho confessado várias vezes a minha ignorância em política internacional. Aliás, é ridículo falar-se, como as televisões fazem, em ‘comentador de política internacional’. O que é isso? No mundo há quase 200 países. Pode ser-se especialista em 200 realidades diferentes? Hoje vê-se um comentador passar da guerra na Ucrânia para a guerra em Gaza e daqui para a revolução na Síria. Ora, não é possível dominar todos estes assuntos. No tempo em que eu frequentava Paris, e lia diariamente o Le Monde, a sua rede de correspondentes era enorme – e o jornal publicava com regularidade extensos artigos sobre os EUA, sobre a URSS, sobre a China, sobre Israel, sobre este ou aquele país de África, sobre este ou aquele país da América Latina. Eram escritos por jornalistas que lá viviam, que conheciam bem os problemas locais e as nuances da sua política, e nos quais nós confiávamos. Sabíamos que eles sabiam do que falavam.
Ora, um comentador português que provavelmente nunca foi à Síria, que não acompanhou os assuntos na Síria, que não conhece por dentro a realidade síria, como pode falar do que lá se passa com conhecimento de causa? Não pode. Repete umas coisas que leu. A sua análise não resulta de uma observação e de........
© Jornal SOL
visit website