O veto de Macron contra quem salvou a República: 3 notas sobre as eleições francesas
A vitória da Nova Frente Popular em França contrariou sondagens e cenários e furou o plano de Macron. Foi a esquerda que, unida em torno de um programa forte, polarizou com a extrema-direita e salvou a República. Fê-lo apresentando uma alternativa nos antípodas da governação para os ricos que Macron promoveu, com ataques às reformas, aos salários, aos direitos laborais ou aos direitos dos imigrantes. A França Insubmissa e o seu líder têm sofrido, nos últimos anos, uma barragem mediática e uma diabolização inauditas. Mélenchon, ex-ministro de um governo do PS, é odiado pelas elites e apresentado como um belzebu vermelho. Mas a França Insubmissa é um exemplo para toda a esquerda europeia. Conseguiu mudar a relação de forças depois da presidência de Hollande, que faliu na sua capitulação liberal. Foi sempre oposição ao neoliberalismo sem as hesitações das terceiras vias. Salvou a esquerda da irrelevância política e eleitoral. Soube reinventar um discurso universalista de esquerda, sem abdicar de nenhuma causa e sem ceder à tentação elitista. Impulsionou, nestas eleições, um processo unitário que se consubstanciou na aliança com PS, PC, Verdes e grupos mais pequenos, que mobilizou o voto dos bairros populares e dos jovens trabalhadores e mereceu o apoio explícito de sindicatos e de organizações de base. Em nome de uma barragem antifascista, Mélenchon foi também o primeiro a anunciar que os candidatos da esquerda desitiriam em favor de quaisquer outros na segunda volta, caso ficassem em terceiro lugar nos círculos uninominais. É assim que se pode vencer o........
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