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Pela arte e pela ciência, uma sugestão de leitura para os candidatos às Europeias

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20.05.2024

O financiamento da ciência tem vindo a prejudicar seriamente o desenvolvimento da investigação fundamental e este é um assunto que devia preocupar os candidatos às eleições europeias (e que eu gostaria de ver referido nos debates). Os modelos de concurso para projetos científicos têm privilegiado a investigação aplicada, vendo-se os cientistas obrigados a demonstrar os impactos dos seus projetos na sociedade, na economia ou no desenvolvimento. Estes instrumentos de acesso a fundos baseiam-se no desenho que tem vindo a ser traçado há vários anos pelas instituições europeias, penalizando áreas de investigação que não têm reflexos imediatos na indústria, como as humanidades, as ciências sociais e os estudos artísticos, e até todas as áreas das ciências exatas e da vida que visam apenas responder à curiosidade dos cientistas, como tão bem tem demonstrado o Neurocientista Jorge Almeida, da Universidade de Coimbra. Constrangidos pelas políticas europeias, os sucessivos governos nacionais replicam estas lógicas nos concursos promovidos pelas agências de financiamento de ciência.

Não haverá provavelmente nenhuma aplicação da ciência que hoje conheçamos que não tenha nascido de uma qualquer questão que hoje seria considerada inútil aos olhos de quem desenha as políticas europeias de financiamento da ciência. Posso dar um exemplo simples da minha área de investigação. Hoje temos instrumentos finos de aplicação em contexto de terapia da fala, para crianças com perturbações de desenvolvimento da........

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