Os conspiracionistas estão ao rubro
No último relatório da OCDE “Education at a Glance 2023”, é apresentado um conjunto interessante de dados que estabelecem uma relação entre qualificações académicas e competência cidadã.
Quanto mais elevado é o nível de estudos mais provável é a participação em ações cívicas e, de forma importante, quanto mais alta a qualificação académica menor é a crença em teorias da conspiração. Este tipo de dados passa, infelizmente, ao lado dos
debates sobre educação, mas constitui um dos argumentos mais fortes para a relação forte entre o valor da escola e a qualidade das democracias. Não é surpreendente, dado que a literacia de leitura, a literacia científica e a literacia matemática, entre outras dimensões exploradas na escola são os principais instrumentos para se poder exercer a capacidade crítica perante o que é apresentado diariamente nos ecrãs de quem frequenta as redes sociais que
mais investem na divulgação de pseudo-informação.
Os partidos anti-sistema, em particular os da extrema-direita, conhecem bem o potencial do conspiracionismo na instalação do medo, da desconfiança, da insegurança e da propagação do “nós vs. eles”. Não é por acaso que, bastando olhar para o caso português, é nesse quadrante político que estão os campeões dos que são desmentidos nos mais variados espaços de “fact-
check”. A teoria da substituição da população europeia, as falsidades sobre o peso dos imigrantes nas........
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