Variações bélicas
Este fim que nunca chega é o pão nosso de cada dia. A geopolítica transformou-se num reality show tão sensacionalista que nos leva a questionar: onde está a sobriedade analítica e crítica? O Médio Oriente é, sem dúvida, uma região complexa, mas a falta de entendimento dessa complexidade resulta da fraqueza ocidental, que persiste no mesmo registo de categorias e numa visão limitada do oriente, sempre visto como caótico, bélico e à beira do abismo. Deste modo, como é possível analisar e interpretar os eventos recentes e as suas implicações tanto para a região como também para o resto do mundo? O que se desenrola em Gaza e Israel provoca emoções profundamente intensas, tanto na defesa das ações de um lado como do outro, o que inviabiliza qualquer tentativa de diálogo construtivo. O envolvimento de atores externos e regionais gera cenários incertos e potenciais para uma escalada do conflito, mas isso não implica que tal seja o desfecho inevitável.
Recentemente, o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, trouxe novos desenvolvimentos e suscitou inúmeras especulações sobre uma possível retaliação por parte do Irão. Por um lado, acredita-se que a retaliação seja impreterível e que é apenas uma questão de tempo até se concretizar. Por outro, há a hipótese de que o ataque a Israel seja meramente uma estratégia para pressionar o país a aceitar um cessar-fogo.........
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