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Opinião | Custos das interferências políticas na Petrobras

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30.11.2025

No período de 2004 a 2012, políticos nos Poderes Executivo e Legislativo federal nomearam funcionários da Petrobras de sua confiança para postos-chave na diretoria da empresa. Foi o ponto de partida para a instalação de um amplo esquema de fraudes em licitações e desvios de dinheiro nas contratações de obras, por meio de uma aliança composta por políticos, diretores e gerentes da Petrobras e executivos e presidentes de grandes empreiteiras. Os resultados das licitações eram controlados por um cartel de 16 grandes empreiteiras (autodenominado “Clube das 16”), que se reunia previamente às licitações para combinar os preços que cobrariam da Petrobras e selecionar qual delas ganharia a próxima licitação. O prejuízo estimado da Petrobras foi de R$ 18 bilhões, ao pagar pelas obras preços 17% maiores do que em situação de concorrência (TCU, 2020). O esquema de desvios na Petrobras é o maior caso de corrupção descoberto em uma empresa no mundo (The Guardian, 1/6/2017 e Bloomberg, 25/5/2017).

Um dos casos de desvios de recursos e falhas no planejamento dos projetos ocorreu na construção das refinarias Premium I e Premium II, no Maranhão e Ceará, no valor de US$ 30,9 bilhões. Em 2010, o presidente da República lançou a pedra fundamental da Premium I. Em 2015, com falhas graves na gestão das obras e consideradas economicamente inviáveis, a construção das refinarias foi abandonada, com desperdício de US$ 1,2 bilhão nos gastos com os projetos básicos e........

© Estadão