Forjado entre ferros e feijoada
Caro amigo,
Hoje, ao dedicar-te esta crónica, com as lágrimas por secar, com tantos anos de boas memórias, não consigo deixar de pensar no teu legado. Assim como no fogo, se forja o aço, foste forjado entre ferros retorcidos com que, tantas vezes, montamos em palcos improvisados, as peças de teatro que, a partir da rua D. Afonso Henriques, primeiro e mais tarde, da Travessa do Ferraz, calcorrearam quilómetros para chegar a aldeias e lugares onde improvisávamos a arte do impossível. Quem assim cresce, com tal vontade e firmeza, amando uma arte como tu, sobrevive às intempéries com todo o desassossego do quotidiano a aconselhar outro rumo. Mas foi assim, ao frio, debaixo de calor, com mais ou menos apetite, clamando por uma feijoada que haveria de chegar pela madrugada fora, na rua do Carvalhal, que caminhamos unidos........





















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