A mensagem de Fátima, assim como outras aparições de Nossa Senhora ao longo dos tempos, revelam sempre uma enorme e sólida preocupação constante com o evoluir da Humanidade no sentido contrário ao que Deus esperaria e pretende.

No entanto, ao mesmo tempo que isso acontece, é sempre dada liberdade ao Homem para evoluir, para poder inverter o caminho que está a trilhar para, querendo, modificar o mundo e a vida individual indo ao encontro com Deus.

Assim, o Amor de Deus, o pecado e a liberdade do Homem para ir ao encontro d’Ele são dois vetores importantes nas aparições marianas.

Este ano hesitei muito onde passar o fim do Ano: ou em casa mais sossegado, ou com amigos ou então num encontro mais íntimo com a minha existência e com Quem quis que ela acontecesse.

À medida que o tempo vai passando, refletimos e interiorizamos mais sobre o sentido e o devir da nossa existência, onde a fé tem para mim um ponto essencial. Desde há cerca de dois anos que através, entre outros, dos vídeos do Youtube do Padre Duarte Sousa Lara – que recomendo vivamente – tenho refletido e interiorizado sobre as aparições marianas, o combate ao Inimigo, as dogmas da fé, etc..

Assim, na tarde do último dia do ano, decidi rumar a a Fátima para o encontro comigo e com Deus. Aliás, tudo correu na perfeição, desde a viagem, desde o hotel perto do Santuário, bom e barato, desde a refeição que consegui face à hora tardia a que cheguei e, principalmente, no encontro comigo próprio com Nossa Senhora e a Santíssima Trindade.

A chegada a Fátima, dá-nos sempre a sensação de estarmos num lugar magnânimo, num local muito superior a nós mesmos, onde a paz, a tranquilidade, a introspeção, revelam, só por si, estarmos num lugar sagrado.

Aliás, em Agosto passado, rezar o terço com o Papa em Fátima quando, com voz forte, firme, determinada inicia o sinal da cruz com “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, é algo de indescritível, como fabulosa aliás foi a homilia de D. José Cordeiro, Arcebispo de Braga, que presidiu à homilia que teve lugar no Santuário após o regresso do Santo Padre a Lisboa.

Voltando à minha deslocação a Fátima no final do ano, após a chegada ao Santuário, rezei o terço na Capela das Aparições, fiz o resto das minhas orações, queimei velas com as minhas intenções a favor de quem mais amo e dos meus amigos, deixei os meus pedidos escritos ao pés de Nossa Senhora e pude depois assistir à Vigília e Missa de Ação de Graças, que iniciou às 22,30 horas na Basílica da Santíssima Trindade, sendo daquelas eucaristias que perduram na nossa memória.

Uma missa cheia, com dezasseis ou dezassete sacerdotes, com cânticos celestiais de uma harmonia e devoção perfeita e de uma homilia centrada na atenção que devemos dar ao agradecimento pelas qualidades que, individualmente, Deus nos concedeu além da súplica sempre presente quando pedidos a Quem confiamos e sabemos que poderá resolver por nós.

Não foram esquecidos, nessa homilia, todos os males deste mundo, bem como o Sínodo e a Jornada Mundial da Juventude.

Após a celebração teve lugar uma procissão de cerca de 15 minutos até à Capelinha das Aparições, onde recitamos o Rosário, passamos a meia-noite, lembrada pelo toque do carrilhão, e fizemos a consagração ao Imaculado Coração de Maria, numa sensação indiscritível de paz com Deus, de bem estar, de estar no lugar perfeito, no dia e na hora perfeita.

Se o leitor pensa que sou um católico muito devoto e cumpridor está bem enganado. Não passo de um pobre pecador, divorciado, que, em várias atividades da minha vida, pequei, peco e, com grande probabilidade, pecarei, que procura ir à missa aos domingos mas que pretende, firmemente, confessar-se mais assiduamente.

Espero, isso sim, com todas as forças de mim próprio, poder abraçar o Nosso Pai, num abraço infinitamente maior que o infinito, quando chegar a minha hora querida por Deus.

Voltando outra vez a Fátima, no dia seguinte, ou seja, no dia 1 de janeiro, combati preguiça da boa cama e fui a Aljustrel e a Valinhos locais de aparição do Anjo de Portugal aos três pastorinhos.

Um lugar de paz, contemplação, interioridade, serenidade, onde a tranquilidade e Amor de Nossa Senhora é mesmo muito forte e as nossas orações também.

Neste mundo conturbado e cada vez mais violento há que ter em atenção o sentido das mensagens que Nossa Senhora tem dado ao mundo, todas elas muito integradas e compatíveis assim bem como outras que a Igreja está prudentemente a estudar, como é o caso das aparições de Garabandal – que ocorreram entre 1961 e 1965, a 7 ou 8 horas de carro do Minho – num contexto muito parecido com as de Fátima.

QOSHE - A PASSAGEM DO ANO EM FÁTIMA - Joaquim Barbosa
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A PASSAGEM DO ANO EM FÁTIMA

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03.01.2024

A mensagem de Fátima, assim como outras aparições de Nossa Senhora ao longo dos tempos, revelam sempre uma enorme e sólida preocupação constante com o evoluir da Humanidade no sentido contrário ao que Deus esperaria e pretende.

No entanto, ao mesmo tempo que isso acontece, é sempre dada liberdade ao Homem para evoluir, para poder inverter o caminho que está a trilhar para, querendo, modificar o mundo e a vida individual indo ao encontro com Deus.

Assim, o Amor de Deus, o pecado e a liberdade do Homem para ir ao encontro d’Ele são dois vetores importantes nas aparições marianas.

Este ano hesitei muito onde passar o fim do Ano: ou em casa mais sossegado, ou com amigos ou então num encontro mais íntimo com a minha existência e com Quem quis que ela acontecesse.

À medida que o tempo vai passando, refletimos e interiorizamos mais sobre o sentido e o devir da nossa existência, onde a fé tem para mim um ponto essencial. Desde há cerca de dois anos que através, entre outros, dos vídeos do Youtube do Padre Duarte Sousa Lara – que recomendo vivamente – tenho refletido e interiorizado sobre as aparições marianas, o combate ao Inimigo, as dogmas da fé,........

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