Aprendi, com as várias crises políticas e os conflitos violentos que fizeram parte da minha vida profissional, que só ganha quem sabe combinar três maestrias: prudência, coragem e estratégia. Também compreendi que quando se deixa entrar os lobos no redil a prioridade das prioridades é manter esses animais ferozes num canto, longe de um qualquer possível controlo do poder. Foi isso que não se fez nos anos 30 do século passado, quando Hitler e os seus homens de mão conseguiram ser eleitos para o parlamento alemão. Pouco tempo depois, e porque o resto dos parlamentares não entendeu o que estava em jogo e que os tempos haviam mudado, Hitler era o dono da loja. Definia as mensagens que eram continuamente repetidas nos diversos cantos do país. Nos tempos mais recentes, entre outros, Viktor Orbán utilizou a mesma astúcia. Começa-se por uma eleição dentro das normas e transforma-se, com o tempo, a aparência democrática em uso e abuso do poder.

Numa situação de conflito, comecei sempre por lembrar que é um erro subestimar o adversário. Esse é desde logo o princípio a ter em conta para a resolução de um antagonismo. É uma questão de prudência. Foi o que faltou a Vladimir Putin, no início da invasão em larga........

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