Gametas e embriões desperdiçados A(gosto)
À semelhança da esmagadora maioria dos países desenvolvidos, Portugal está envelhecido. A renovação de gerações está muito longe de assegurada, com a pirâmide etária invertida há décadas, existindo actualmente bem mais idosos do que jovens.
Esta prevalência da faixa etária mais velha poderá ser motivada por diferentes factores: o aumento da esperança média de vida; situações em que os casais, na sua liberdade, não desejam ter filhos; ou baixas taxas de natalidade em virtude de circunstâncias económicas, laborais, sociais e (o maior tabu de todos) de saúde.
Os dados mostram que a infertilidade tem aumentado em Portugal. Esta tendência não será necessariamente consequência de patologias clínicas mais ou menos conhecidas do casal aquando do planeamento da concepção, mas sim, pelo facto de os casais terem filhos cada vez mais tarde. Este retardar do processo reprodutivo tem um impacto considerável na qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides), com maior prevalência nas mulheres, em particular, a partir dos 35 anos de idade.
Felizmente, os avanços científicos e tecnológicos permitiram apresentar uma alternativa aos que, desejando ter filhos, se encontravam impossibilitados de concretizar esse desejo. Apesar dos tratamentos de procriação medicamente assistida serem uma realidade há quatro........
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