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Olhando o ecrã de cinema

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07.04.2024

Há dias, reencontrei esta imagem de Buster Keaton no seu filme Sherlock Jr., lançado há 100 anos - mais precisamente, a 21 de abril de 1924. Ele é um projecionista que vemos a observar as imagens que estão a passar no ecrã da sala de cinema onde trabalha. O título provém de uma heróica ambição: transformar-se num grande investigador do crime, à maneira de… Sherlock Holmes.

Neste tempo de ecrãs de todas as dimensões, parasitando os lugares públicos e privados, a pose de Keaton, usando a janela da cabine de projeção para confirmar se está tudo a correr bem, tem qualquer coisa de anacrónico - e também de visceralmente poético. Porquê? Porque a sua relação com as imagens é física e concreta, não abstrata e digital: ao lado da máquina de projeção, ele vela pelo bom funcionamento de um sistema que começa num contacto direto - entenda-se: manual - com a película. Aquilo que no digital existe como fenómeno intelectual e invisível, é vivido aqui como um exercício de correspondências e equilíbrios entre o que as mãos executam e os olhos veem.

Para lá........

© Diário de Notícias


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