A beleza perdida
Como e quando aconteceu a desvalorização da beleza? Observe-se a avalanche quotidiana de imagens - da Reality TV aos concertos da chamada música pimba - e o modo como a sua sistemática difusão promove e, mais do que isso, procura naturalizar muitas formas de fealdade. O simples reconhecimento de tal estado de coisas é, ou poderia ser, um vetor central de qualquer política cultural. E afigura-se tanto mais significativo quanto importa contornar, ou melhor, superar o infantilismo reinante de muitos discursos sobre o belo.
Dito de outro modo: trata-se de fugir do espetro de ideias imposto pelo poder audiovisual da cultura tabloide - fortemente sustentada e alimentada pela normalização do Big Brother televisivo, iniciada há mais de 20 anos - e, pelo menos, reconhecer que a identificação do belo (ou a sua rejeição) existe no coração de qualquer dinâmica cultural.
Importa revalorizar a utilização da palavra “beleza”. Não é fácil, muito menos simples, contribuir para qualquer clarificação do problema, quanto mais não seja........
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