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A maior e melhor participação indígena da história de todas as COPs

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Sonia Guajajara — ministra dos Povos Indígenas do Brasil

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A COP30 em Belém do Pará foi um marco histórico nas negociações climáticas globais. Pela primeira vez, os povos indígenas não apenas estiveram presentes em grande número, mas exerceram influência direta sobre o conteúdo e as orientações políticas do processo multilateral. Realizada na Amazônia, região decisiva para o equilíbrio climático planetário, a conferência evidenciou uma mudança estrutural: nenhuma estratégia climática será eficaz sem considerar os povos indígenas como atores centrais das soluções.

Essa participação inédita foi fruto de um processo preparatório intenso. O ciclo de formação COParente percorreu todas as regiões e biomas do país, promovendo debates sobre clima e governança territorial. O programa Kuntari Katu, em parceria com o Itamaraty, preparou jovens lideranças indígenas para o funcionamento multilateral. Essas iniciativas garantiram que os delegados chegassem a Belém com capacidade técnica e enraizamento territorial, fortalecendo o protagonismo indígena. A presidência da COP30 abraçou esse espírito, apoiando o lançamento do Círculo dos Povos, espaço de diálogo internacional que acolheu demandas de povos indígenas e comunidades tradicionais.

A Aldeia COP tornou-se o coração da conferência. Acolheu 3.500 pessoas de mais de 100 povos e recebeu 5 mil visitantes de centenas de países. Ali, realizaram-se debates estratégicos, apresentações........

© Correio Braziliense