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Acordo Mercosul/União Europeia: já era ruim e ficou pior

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Por Paulo Nogueira Batista Jr. e Manoel Casado – Há poucos dias, o Presidente Lula declarou, referindo-se ao acordo Mercosul/União Europeia, que “estamos cedendo mais do que os europeus” para poder assinar o acordo ainda neste ano de 2025. E fez um apelo ao presidente da França, Emmanuel Macron, e à primeira-ministra da Itália, Giorgia Melloni, para que desistam das suas objeções e permitam essa assinatura. 

O que está acontecendo? Esse acordo não havia sido dado por concluído há poucos meses? Tentaremos explicar. Antes, porém, cabe situar brevemente a questão do acordo no contexto mais amplo da economia mundial e da política de comércio exterior do Brasil.

É voz corrente entre analistas internacionais que atravessamos tempo de transição em escala global. Estamos em um período especialmente incerto, inseguro e instável. Se normalmente países não agem de maneira isolada, desconsiderando as circunstâncias que os envolvem, durante movimentos tectônicos é que avaliam seus passos de maneira especialmente calculada. Não embarcam em qualquer canoa. 

Pois bem, caro leitor ou leitora, em nosso último texto (1) expressamos perplexidade com o modo como o governo brasileiro reagia à dinâmica em torno de um dos temas mais definidores da atualidade: o comércio internacional. O Brasil, severamente desindustrializado, regredindo em marcha forçada à condição de país primário-exportador, volta a adotar o evangelho do livre comércio – justo na hora em........

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