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Golpe em câmera lenta é a onda do século XXI

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13.04.2024

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1 - Como entender a conexão que aproxima o golpe contra Dilma e a impunidade que mantém Jair Bolsonaro fora da cadeia

Por razões que se pretende debater nos parágrafos seguintes, há uma velha novidade na cena política deste século XXI.

Todos já percebemos que os golpes de Estado em estilo clássico, com tanques nas ruas, cenas de violência explícita, prisões e mesmo execuções de lideranças perseguidas pela nova ordem deixaram de integrar o roteiro obrigatório das iniciativas anti-democráticas de nosso tempo.

Ainda que a memória política permaneça ilustrada pelo golpe de 31 de março 64 no Brasil, a violenta deposição de Salvador Allende no Chile, em 1973, os golpes de 1930, 1943, 1955, 1962 e 1976 na Argentina, nem sempre as coisas se passam dessa forma, como se vê pela disputa eleitoral que concentra olhares e nervos de 2024 - a eleição presidencial norte-americana.

Como observa o colunista Mark Danner, há meses o planeta acompanha a campanha presidencial de 2024, na qual Donald Trump se mobiliza para levar em frente um projeto de "golpe em câmera lenta, que acompanha sua carreira desde o início, quando se mostrou capaz de deslegitimar o sistema político para quase metade da população". (The New York Review of Books, 5/10/2023).

Para Danner, qualquer que venha a ser o destino de Trump, "na Casa Branca ou numa cela de penitenciária, a destruição da confiança do país em suas instituições irá permanecer como a herança tóxica do trumpismo".

Não se trata de um caso isolado, mas a demonstração clara de que os projetos de desmanche institucional também corroem as instituições instaladas no centro do mundo capitalista - e não apenas nas periferias do sistema. Assiste-se a um trabalho de sabotagem interna, possibilitando que as instituições políticas sejam paulatinamente esvaziadas de sua energia democrática e de sua capacidade de responder às necessidades da maioria da população.

No mesmo processo, forças em atividade na máquina do Estado dissolvem as referências mais elementares do Estado Democrático de........

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