“Os jovens estão cada vez mais tristes”
O perfil das patologias pediátricas no nosso país tem vindo a alterar-se nas últimas décadas. Ao contrário do que acontece em países subdesenvolvidos, a incidência de infeções graves tem vindo a diminuir, devido à emergência das novas vacinas e à melhoria dos cuidados médicos. As doenças alérgicas e as autoimunes têm sofrido um ligeiro acréscimo, tal como ocorre em países desenvolvidos. O mais alarmante é a gravíssima deterioração da saúde mental das nossas crianças e adolescentes.
De uma forma assustadora, os serviços de urgência pediátrica estão cada vez mais sobrecarregados com patologia do foro mental. É progressivamente maior o número de crianças com alterações comportamentais e de adolescentes profundamente tristes, deprimidos, ansiosos, que infligem automutilações, ou tentam mesmo suicidar-se. Alguns deles são oriundos de famílias estruturadas, que vivem sem grandes restrições económicas nem culturais, com livre acesso à informação e a tecnologias sofisticadas, razões pouco plausíveis para justificar esta situação.
Entre muitos outros motivos, várias mudanças no padrão da vida atual têm vindo a contribuir para este novo paradigma. As circunstâncias laborais levam a que os pais tenham menos tempo disponível para os filhos. Os avós reformam-se mais tarde, impedindo-os de colaborar na........
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