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Do natal de 1914 ao futebol de hoje: a importância da chegada de Thiago Silva

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Esta contratação surge num contexto muito particular do futebol nacional. Vive-se hoje um tempo em que o futebol português parece mais preocupado em reagir do que em jogar. Num ruído constante, onde a gritaria se tornou estratégia, a arbitragem ocupa o centro absoluto do debate e empurra o jogo para a periferia. Instalou-se quase como regra não escrita a ideia de que, entre os três grandes, quem não fala de arbitragem acaba penalizado - penalizado no terreno de jogo, no espaço mediático, na pressão pública e na perceção coletiva.

Criou-se um ciclo vicioso perigoso: quanto mais se fala de arbitragem, mais se legitima que ela seja o tema central; quanto mais central se torna, mais se sente a necessidade de reagir. O silêncio passou a ser interpretado como fraqueza, a ponderação como complacência e a responsabilidade como ingenuidade. O futebol deixou de ser debate e passou a ser reação. Fala-se mais de árbitros do que de jogadores, mais de comunicados do que de ideias de jogo, mais de intenções do que de talento. A exigência tem de existir, mas deve ser feita com seriedade, critério e responsabilidade, não como arma de arremesso permanente nem como estratégia de comunicação.

Este caminho não é inocente nem inofensivo. Alimenta a suspeita constante, normaliza a desconfiança e instala um clima de hostilidade que extravasa o relvado. Um ambiente tóxico que desce às bancadas, alastra às........

© A Bola