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Vale a pena lembrar do que a mente guardou de modo distorcido?

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16.09.2024

Imagina fazer uma retrospectiva de todos os acontecimentos da vida de um alcoólatra. Em muitas ocasiões os episódios se apagam, ficam no limbo da memória alcoólica. Recentemente li o livro "A Noite da Arma", do jornalista David Carr. Alcoólatra já em recuperação, ele resolveu contratar uma equipe para investigar sua própria vida.

Haja coragem para fazer isso. Fato é que ele descobriu muita coisa que sua memória registrara de modo equivocado. Ele e sua equipe procuraram amigos, conhecidos, donos de bares e assim foram reconstituindo a vida pregressa do autor.

Beber em excesso nos tira da realidade e cria um mundo que só é visto de verdade pelos outros que nos rodeiam. Perdemos a perspectiva de distinguir tudo. Sóbrios, resta a vontade de reparar os danos.

Reparações dirigidas àqueles que prejudicamos não é tarefa fácil justamente por que não sabemos muito bem o que fizemos e a proporção que isso tomou para o outro. Como posso me desculpar por algo de que não lembro ao certo como ocorreu? Aí entra a pesquisa do jornalista Carr. Saindo da ficção do mundo etílico, ele conseguiu aos........

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