Fronteiras na ciência só perturbam
Acabo de visitar a Universidade do Texas em El Paso, na fronteira com a cidade de Juárez, no México. A UTEP tem por missão servir às minorias da região, que se tornam maiorias em suas salas de aula: no curso de mapeamento cerebral que meu anfitrião estadunidense, mas nascido paquistanês, Arshad Khan, organiza há anos, 70% dos alunos são hispânicos, e 80% são mulheres (por quê? Pressão sobre os rapazes para trabalhar assim que saem da escola? Ou será que ciência agora virou "coisa de mulher"?). A maioria dos hispânicos são cidadãos mexicanos que residem em El Paso com visto de estudante, mas uma minoria mora em Juárez e atravessa a fronteira todos os dias, duas vezes por dia. Quando não há fila, são vinte minutos em pé na ponte; quando há, são até duas horas. Migrantes têm garra.
Não foi à toa que Arshad, binacional, escolheu trabalhar El Paso: sua pesquisa lida justamente com o mapeamento de estruturas no cérebro, que em nada difere de traçar linhas fronteiriças como as do mapa entre México e EUA. Arshad nos mostra o trecho do rio Grande que mudava de lugar ao longo dos anos até os dois países concordarem em fixá-lo com uma obra e diz, só........
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