Um doping para correr a maratona
Um amigo se prepara para correr, depois de longo interregno, uma maratona. Será sua 13ª, se entendi bem. Como já disse aqui, maratona é um rematado fetiche, e nós, adeptos dessa improvável distância, exercemos aí uma simples preferência, tão caprichosa como decidir doravante só tomar vinhos europeus, ou melhor, vinhos do Velho Mundo.
Mas o imaginário da corrida amadora não tem isso estabelecido, e maratonistas aos olhos dos iniciantes somos dignitários de status especial.
O amigo escolheu a maratona de Porto Alegre, sua cidade de origem e onde suas experiências anteriores no 42K jamais foram "brilhantes" –simplesmente terminar a prova para esse amigo está longe de definir o brilho de sua, como diz, "performance".
Pois bem: a cerca de 40 dias do evento, ele já começa a vencer distâncias razoáveis, praticando modelo de treinamento canônico, submetido à lógica da periodização. Atingem-se distâncias como 32K e 35K em treinos a mês, mês e meio da competição, e, a partir daí, tira-se o pé, diminuindo dramaticamente a rodagem no final. É quando entra em cena o "polimento", para evitar desgastes desnecessários.
Peço desculpas antecipadas (veio-me à cabeça o sinônimo "escusa", utilizado em geral por quem se constrange em pedir desculpas) pela profusão de jargões, mas........
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