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O coquetel mais poderoso do planeta?

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29.02.2024

Mesmo a guerra mais encarniçada tem seus oásis de descanso. O rugido incessante das bombas e o silvo dos tiros dá lugar às risadas e cantorias. Numa dessas pausas, depois de conhecerem o inferno em Guadalcanal, ilha no sudeste asiático, três marines sentam-se num bar em Melbourne.

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Mataram e quase foram mortos, e agora merecem beber e flertar com as garçonetes, o que é melhor que qualquer medalha. Sem freios para preencher o alívio, pedem uma artilharia pesada. Cerveja, vodca, gim e rum. Uísque, bourbon e rye. Conhaque e vermute doce. E misturam tudo, bebendo da caneca cheia sem respirar.

A garçonete, divertida, diz: "Nesse ritmo vocês vão arrumar problema." E arrumam, claro. Não sem antes brindar a um colega morto.

"O Pacífico", minissérie produzida por Spielberg e Tom Hanks, é muito bem-feita, mas não mistura pontos de vista. Os japoneses quase não aparecem e, quando o fazem, são figuras indistinguíveis, um bando de suicidas gritando histericamente.

A cena no bar remonta à infância —e talvez por isso esteja ali. Os marines são jovens com saudades de casa. Misturar tudo, especialmente o que não se mistura, é a molecagem que lhes cabe........

© UOL


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