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Teoria do jurista canastrão

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15.02.2024

Alunas e alunos de direito que voltam às aulas nesse pós-Carnaval, vou lhes dizer coisas importantes. Sentem-se e conversemos. Há infinitas carreiras jurídicas diante de vocês. Qualquer que seja a sua escolha, o meu desejo é que se façam grandes e ilustres, ou pelo menos notáveis, que se levantem acima da obscuridade comum. É de boa prática social acautelar um ofício.

Nenhum me parece mais cabido que o de jurista canastrão. Ser canastrão foi o sonho da minha mocidade; faltaram-me, porém, as instruções de um mentor, e acabo sem outra consolação e relevo moral, além das esperanças que deposito em vocês.

Ouçam-me bem, querides, e entendam. São jovens, têm a exuberância, os improvisos da idade; não os rejeitem, mas os moderem de modo que entrem no regime do aprumo e do compasso.

Uma vez entrado na carreira, o canastrão da Justiça deve pôr todo o cuidado nas ideias. O melhor será não as ter absolutamente. Nada pior do que pensar, seriamente, na Justiça, essa senhora envergonhada com nosso indecoro.

Cultuem a vaidade magistocrática; lancem mão do valente recurso de se mesclarem aos pasmatórios, em que toda a poeira da solidão se dissipa.

Podem empregar umas quantas figuras expressivas. Versos célebres, brocardos jurídicos, é de bom aviso trazê-los para os discursos de adulação. De resto, o mesmo ofício lhes irá........

© UOL


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