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Quem vai investigar Dias Toffoli?

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08.02.2024

O lava-jatismo curitibano foi um grande negócio para a extrema direita e para a advocacia lobista. Chancelado pelo STF, turbinado por Gilmar Mendes e microfonado sem juízo pela imprensa, os abusos à luz do dia de Sergio Moro e Deltan Dallagnol não foram enfrentados por instâncias superiores, que se curvaram ao frenesi contra a corrupção dos outros.

Quando o STF, anos depois, virou de lado sem prestar contas pelo dano que ajudou a causar, um impeachment e a eleição de um autocrata haviam passado. Os efeitos já eram irreversíveis, mas não impediram o STF de, pós-estrago, emular virtude e começar a invalidar as violações de Curitiba. Foi preciso invocar a Vaza Jato como pretexto, pois a ambição política e as quebras de decoro de Moro sacudiam há anos os encontros black tie.

O anti-lava-jatismo virou um grande negócio. Ao se deixar capturar pela advocacia lobista e pelas famílias magistocráticas, converteu-se em neo-lava-jatismo.

Chancelado pelo STF, turbinado por Gilmar Mendes e apoiado por um ecossistema de talk shows de YouTube e blogs jurídicos patrocinados por empresas punidas pela Lava Jato, seus abusos à luz do dia têm gritado nas decisões liminares de Dias Toffoli das últimas semanas. Toffoli suspendeu multa de R$ 10 bilhões da J&F; suspendeu multa de R$ 8,5 bilhões da Odebrecht; determinou investigação criminal contra a organização Transparência Internacional.

São múltiplos os vícios.........

© UOL


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