Monólogo autoficcional cria no palco a conversa impossível entre pai e filho
O teatro e seus fazedores, por Andre Marcondes
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O ator João Ricken em cena do espetáculo 'Joãozinha Desviada' - Dan Salas / Divulgação
"Joãozinha Desviada" é um monólogo autoficcional que transforma o luto em ato cênico. A peça nasce da ausência: a morte do pai, Juracy, com quem o autor e ator, João Ricken, não conversava há um ano. A distância física (entre cidades) e emocional se torna matéria-prima para o teatro. O palco vira o lugar das conversas nunca tidas, um espaço ritual onde a saudade é compartilhada.
A dramaturgia foge do melodrama. Em vez de retratar o pai como vilão, o espetáculo o mostra como produto de uma masculinidade que silencia afetos. Com humor e ironia, Ricken investiga essa herança afetiva, perguntando-se se o pai também carregava suas próprias dores e desejos não vividos.
E aqui surge a metáfora central: a transformação em formiga. "Joãozinha" não é apenas uma redução de João; é uma viagem de gênero, uma identidade desviada. A formiga, ser coletivo e subterrâneo, permite falar do luto de modo lúdico e simbólico. É como se, ao virar formiga, o personagem pudesse visitar o pai na terra, descer ao túmulo sem medo, e ainda questionar as rígidas estruturas do mundo humano.
No decorrer da peça, a © UOL





















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