O livro como meio de transporte para o futuro
A ideia de o livro ser um meio de transporte e uma invenção semelhante à da roda foi defendida por Joseph Brodsky, que — muito à sua maneira —, expôs alguns argumentos que transcendem uma mera defesa humanista da leitura, não se limitando aos estereótipos de que ler nos torna melhores ou mais cultos ou mais capazes. Ao afirmar que a leitura é um meio de transporte e uma tecnologia comparável à roda, Brodsky não aplica essa ideia à mobilidade espacial (o universo da roda), e sim ao campo da experiência humana. E ao tempo. A citação seguinte, do livro Sobre o Exílio (uma belíssima edição brasileira, da Âyiné) desenvolve um pouco mais o seu raciocínio: “Esse movimento, como qualquer outro, torna-se um voo desde o denominador comum, desde uma tentativa de elevar a linha desse denominador comum, que antes nunca havia passado além do baixo ventre, até nosso coração, até nossa consciência, até nossa imaginação.”
A ideia de “denominador comum” é feliz. Brodsky aponta para aquilo que em nós é genérico, comum ou estatístico: o corpo reduzido à sobrevivência, ao consumo, ao instinto, ou seja, o baixo ventre. A leitura, tal como Brodsky a concebia, é um movimento vertical, o voo........© Sapo





















Toi Staff
Sabine Sterk
Penny S. Tee
Gideon Levy
Waka Ikeda
Grant Arthur Gochin
Daniel Orenstein
Beth Kuhel