Aos meus, um abraço à meia-noite
Numa época em que alguns nos negam pertença, em que outros nos dizem "volta para a tua terra", tentando convencer-nos de que somos estrangeiros na única Terra que existe, chega o Natal, época de confraternização e renovação (de vistos). Nós, os “outros”, os não-vistos, ficamos de fora. À ceia e à lareira apenas os daqui, os iguais. É preciso esperar, ter paciência para se sentar à mesa, é preciso ter passaporte, visto, agendamento e ciência para fazer parte da “família portuguesa”. Comemoram, porque nasceu um menino, um filho de imigrantes — este, sim, habilitado a receber um visto de actividade altamente qualificada, merecedor de mirra, incenso e golden visa.
Entre os muitos sacrifícios que todo o imigrante — como eu — vive longe de casa, está a ausência nos momentos raros de reunião familiar completa, nas festividades de fim de ano. Esta é a época em que a distância fere a saudade, aprofunda a ferida da........





















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