
Melancias – só a resistência popular é que travará a guerra
Em Outubro passado, o Climáximo, coletivo do qual faço parte, pela primeira vez declarou publicamente o que há muito já intuíamos: Governos e grandes empresas declararam guerra às pessoas e ao planeta. Esta declaração veio acompanhada do lançamento de um Plano de Desarmamento e Paz, e de ondas de consecutivas ações cujo objetivo era interromper a normalidade distópica em que este sistema nos encurralou.
A disrupção causada pelas ações do Climáximo levou muitas pessoas a comentarem as nossas táticas, assim como as nossas propostas políticas. Nessa altura houve quem, pela descoberta da convicção anticapitalista e procura de soluções radicalmente justas (às quais sempre tentámos dar visibilidade), se tenha referido a ativistas do coletivo como “melancias”: “Verdes por fora, vermelhas por dentro”. Este descritivo surge no sentido de apontar o carácter socialista/comunista e radical “vermelho” das nossas propostas por justiça climática “verde”.
Só um movimento de “melancias” pode apresentar propostas viáveis para travar o colapso climático. Retomo o enunciado do estado em que estamos – um estado de guerra declarada à vida. Esta não é uma metáfora exagerada da realidade que usamos para ilustrar uma ideia ou para criar pânico. Os dados que conhecemos mostram-nos que, quando muito, falar em guerra é um eufemismo.........
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