Omelete sem ovos? Com certeza!
De quando em quando surgem vozes que, numa tentativa vã de subverter a realidade, vêm papaguear, para quem os queira ouvir, que as associações sem fins lucrativos vivem – e muito bem – à custa de dinheiros públicos abundantes. Na verdade, tal não poderia estar mais longe da verdade para uma boa parte das associações que, substituindo-se ao Estado em importantíssimas funções, (sobre)vivem graças ao trabalho voluntário de pessoas que colocam acima do seu interesse a promoção do bem-estar de outros, enquanto se debatem com o encontrar de meios que lhes permitam continuar a lutar pelas suas causas, sem esperar nada ou quase nada em troca.
Num país onde só no primeiro semestre deste ano se registaram 15 mil crimes de violência doméstica, segundo dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) – mais 2% do que no período homólogo em 2023, nunca como hoje o papel das associações de promoção da igualdade de género fez tanto sentido. Não obstante a aposta que tem de continuar a ser feita ao nível das políticas públicas ou do quadro normativo, há todo um trabalho conducente a uma mudança estrutural da sociedade portuguesa que tem de ser feito. Uma mudança que está mais ao alcance de quem, diariamente, está no terreno e, particularmente, nas escolas, de onde sairá a próxima geração de homens e mulheres.
Mas estar no terreno todos os dias, ou com uma regularidade que permita muito em breve estarmos a colher frutos – e não daqui a uma........© PÚBLICO
visit website