No Natal compramos tudo. O silêncio vem depois
Arthur Schopenhauer deixou-nos uma proposição simples, mas que carrega dentro de si um pequeno abismo: “A vida é uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir.” Em poucas palavras, resumiu o que, duzentos anos depois, ainda sentimos nas entrelinhas do quotidiano, nesse eterno jogo de cadeiras entre o desejo e a saturação. Entre o brilho da montra e o silêncio do armário cheio.
O Natal, com o seu ritmo frenético de compras e embrulhos, é talvez o momento ideal para encarar de frente esta oscilação. Porque é agora que o verbo ter ganha brilho próprio, enquanto o ser parece aguardar discretamente na sombra, à mesa posta. A publicidade sussurra que teremos felicidade se adquirirmos o objecto certo, como se faltar-nos algo fosse apenas uma questão de código de barras. No entanto, passado o encanto, resta o tédio da posse.
A verdadeira armadilha reside no ritual da aquisição. Enquanto........





















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