Debates das europeias precisam de lógica Netflix
As televisões — já que são televisões — bem podiam pensar nos debates para as eleições europeias como uma série da Netflix, no caso, de oito episódios.
Não falo da capacidade de entreter, porque isso os debates eleitorais conseguem — mesmo os maus.
Falo de seguirem o esquema clássico das séries televisivas que nos deixam, no fim de um episódio, vontade de ver o seguinte. Falo de o episódio seguinte fazer sentido como peça autónoma (para quem não viu nada antes), mas dar um passo em frente, completar, prolongar e adensar a narrativa e os personagens (para quem viu episódios anteriores). Falo de os debates terem um fio condutor que os una, de uma ponta à outra, com a ideia de que, no fim, os oito têm de funcionar como um todo. Falo de não serem repetitivos. De as pontas que ficam soltas num episódio, serem fechadas noutro. De quem os planeia imaginar que milhares de pessoas vão ver todos os episódios — até porque são poucos. De sabermos que a nova forma de ver televisão permite ver os debates todos de uma vez e que, tal como há “binge-watching” para as séries, há o “binge” para a política. E os debates, mais do que tudo na política, prestam-se a isso.
Mas não.
O que vimos até agora foi o oposto. No 5.º debate, esta........
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