Praxe: entre o grito e o abraço
A caloira chegou ao Instituto Politécnico de Setúbal com uma grande questão: devo participar na praxe? Uns dizem que é humilhação, outros que é união. Vi veteranos de preto, sérios, mas para mim pareciam pinguins desajeitados. A semana foi dura: As flexões doíam, a sujidade colava-se à pele, e cada ordem soava como a picada irritante de um estefanilho. Mas também houve gritos pelo nosso curso, cânticos que ecoavam pelo campus e gargalhadas partilhadas. Entre o bom e o mau, caloiros e veteranos tornámo-nos um só. Mais tarde, também me tornei num pinguim desajeitado.
Foi assim que a praxe entrou na minha vida: com uma questão e muitas picadas de mosquitos. Olhava para aquele grupo vestido de negro com a mesma expressão que se tem quando se vê um cão raivoso a correr para nós — um misto de medo e vontade de fugir. A palavra “praxe” vem carregada de lendas: que se esfregam ovos na cabeça dos caloiros, que os obrigam a marchar de gatas e os humilham. Mas também se dizia que dali nasciam amizades para a vida.
No primeiro dia, os veteranos fizeram-nos alinhar no recinto e cumprimentaram-nos com um........





















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