Linhas vermelhas e cercas sanitárias
Salta à vista que a ideia das linhas vermelhas e das cercas sanitárias não é outra coisa que uma artimanha da esquerda para se perpetuar no poder. Ela nasceu na cabeça de François Mitterrand, a velha raposa socialista, presidente da França entre 1981 e 1995.
A estratégia é linearmente simples. Por uma espécie de luminosa epifania dos deuses que lhe iluminaram o bestunto em forma de línguas de fogo descendo sobre a sua prodigiosa cabeça, Mitterrand proclamou à nação o que deve ser considerado um partido democrático e não democrático. E assim, à luz da cabecinha iluminada do senhor Mitterrand ficou escrito nas estrelas que, de hora em diante, passariam a ser considerados democráticos sem excepção os partidos de esquerda, tidos como os bons, sem mácula concebidos, e, em contraponto a eles, todos os partidos de direita e da extrema-direita seriam os maus partidos, os partidos do mal, antidemocráticos de nascença, de quem outra coisa nunca seria esperada, porque jamais irão ter emenda por todo o sempre, do que o ataque à democracia e aos valores das liberdades democráticas.
E desta forma singular, a que ponto pode chegar o absurdo, com a conivência da comunicação social maioritariamente, para não se dizer na totalidade, de esquerda, que desde então nunca mais deixaria de servir de caixa-de-ressonância a este irracional e disparatado conceito, se foi implantando na cabeça das pessoas a ideia tonta das linhas vermelhas e das cercas sanitárias. Como se o voto do povo não servisse para nada.
Como acontece a todas as modas que nos chegam de fora, também a esta das linhas vermelhas não nos fizemos rogados, e principalmente pela mão do senhor António Costa que, para se apoderar do poder, pateticamente a ela se agarrou com unhas e dentes quando, tendo perdido as eleições de 2015 para o PSD, não teve pejo de ir para a cama com os partidos de........
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