Portugal vive mais, mas vive pior: o paradoxo
O relatório Health at a Glance 2025, divulgado na passada semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pinta um retrato tão surpreendente quanto inquietante da saúde em Portugal. O país surge como um caso típico de “paradoxo epidemiológico”: consegue uma das esperanças de vida mais elevadas da Europa, mas apresenta desempenhos fracos em qualidade de vida, bem-estar e capacidade funcional, especialmente entre as populações mais velhas e com doenças crónicas.
Os dados não são novos, mas ganham agora uma nitidez particular quando se cruzam três dimensões fundamentais analisadas pela OCDE — estado de saúde, despesas em saúde e força de trabalho em saúde. O resultado é claro: Portugal vive muito…, mas vive pior do que seria expectável.
Um país que sobrevive bem, mas não vive bem
Comecemos pelo lado positivo. Portugal continua a destacar-se nos indicadores de sobrevivência:
Esperança de vida elevada, próxima da de países como Itália ou Espanha.
Mortalidade evitável em níveis adequados ao volume de despesa — ainda distante dos campeões europeus, mas longe dos piores.
Mas este sucesso convive com um conjunto de fragilidades profundas. Segundo o relatório, os portugueses:
Avaliam o seu estado de saúde como pior do que a média da OCDE.
Expressam níveis particularmente altos de........





















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