O meio século falhado das instituições nos PALOP
Nos chamados PALOP, a independência política foi alcançada rapidamente, mas a independência institucional continua por fazer.
Mais um golpe de Estado na Guiné-Bissau (o décimo desde 2020) não surpreende quem acompanha a evolução político-institucional dos países de língua portuguesa em África. Surpreendente seria o contrário. Na verdade, isto é um padrão que revela vulnerabilidades estruturais profundas e muito persistentes.
E porquê? Porque quando as instituições são fracas e as elites são fortes, crises políticas, ruturas constitucionais e ciclos de instabilidade deixam de ser exceções e tornam-se no padrão.
Porque é que tantos Estados africanos independentes há já meio século continuam tão vulneráveis, pouco desenvolvidos e politicamente frágeis?
A resposta não está em moralismos fáceis nem em culpas externas recicladas. A ciência política e a biopolítica oferecem um diagnóstico mais profundo: a independência ocorreu, mas a institucionalização nunca chegou a consolidar-se. E este é o ponto crítico: os governos podem mudar rapidamente; instituições não. Vejamos porquê e as principais causas.
1.° O peso histórico do patrimonialismo
Grande parte dos Estados dos PALOP assenta ainda numa lógica patrimonial que antecede o período colonial e foi reforçada por ele. A estrutura básica deste modelo é simples e profundamente biológica: o poder é pessoal, não impessoal.
Em vez de sistemas baseados em regras gerais,........





















Toi Staff
Penny S. Tee
Gideon Levy
Sabine Sterk
Mark Travers Ph.d
Gilles Touboul
John Nosta
Daniel Orenstein