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Os padres são palhaços. E ainda bem.

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19.07.2024

Em Portugal, e um bocado por todo o hemisfério norte, o verão traz um evento pouco mediatizado, mas extremamente significativo para um público especializado: as ordenações de padres. Nem todas ocorrem entre Julho e Agosto, mas a sua maioria, por um conjunto de razões que, para este texto, pouco importam, acontecem durante estes meses do ano. Ainda assim, não deixa de ser significativo o paralelismo entre a renovação epocal oferecida pelo verão, e a renovação que, para cada Diocese, significa uma nova ordenação.

Por isso, importa pensar o que significa hoje ser padre. Era possível, neste contexto, desenvolver uma reflexão mais ordenada sobre o assunto, mas prefiro deter-me em aspetos mais prosaicos. Ser padre significa, hoje, saber que, muito possivelmente, o primeiro que se fará depois de “terminar o seminário”, é endividar-se para comprar um carro que aguente os milhares de quilómetros percorridos, por ladeiras e regos de água, para se chegar à última capela da aldeia onde já só vivem 10 pessoas. (Tudo isto porque o típico “bolinhas”, meio carro de seminarista, meio sucata herdada dos pais, não dá para percorrer as 9 paróquias de montanha, em segurança).

Ser padre é, por exemplo, saber que o currículo, os talentos ou as inclinações pessoais não são um talismã que livre quem quer que seja de “lavar as mãos na terra”, porque a prioridade não é a sua satisfação pessoal.

Ser padre é, também, estar........

© Observador


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